terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sofá Café no "Meia Hora"


Uma notícia publicada no suplemento "Hora Extra" do jornal "Meia Hora" sobre o Sofá Café, espaço amigo da Fabrico Próprio. (clicar na imagem para ver maior)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Museu Efémero (Filme)


O primeiro Museu Efémero do mundo, criado pela Leo Burnett Lisboa para a Pampero Fundación, expande as suas fronteiras. Depois do Bairro Alto, novas galerias nascem em São Bento e Amoreiras, onde clássicos e novos talentos se juntam para mostrar o melhor da street art nacional e internacional.
Para ver a partir de 29 de Janeiro de 2009.

Mais informações em www.museuefemero.com.

Museu Efémero



Em Julho de 2008, a Leo Burnett transformou as ruas do Bairro Alto num verdadeiro museu a céu aberto. O conceito encaixou de forma perfeita numa zona de Lisboa conhecida por ser um lugar de culto do grafitti e de outras formas de street art. Tinha nascido o Museu Efémero.

O êxito foi imediato e, seguindo o mesmo conceito, as zonas de São Bento e Amoreiras foram as eleitas para a expansão do Museu Efémero, um espaço vivo, sempre em crescimento e com a ambição de tornar-se na maior galeria de arte do mundo.

A ideia, que a Leo Burnett desenvolveu para a marca de rum Pampero, é dar e aos artistas  que vemos todos os dias nas ruas o reconhecimento que merecem. Para que tal aconteça foi feito um levantamento exaustivo das melhores manifestações de arte de rua (grafitti, stencils e stickers), separando o que é arte do que é vandalismo, identificámos e marcámos os trabalhos (autor e título).

Mais uma vez importa referir que este projecto não se configura enquanto incitação à produção de graffiti e a actos de vandalismo geralmente associados, mas serve apenas para chamar a atenção para a necessidade de dar espaço e voz a este tipo de arte que se apresenta como algo perfeitamente distinto de vandalismo, tal como aconteceu por exemplo no Museu Tate Modern, em Londres. 

Nas novas galerias de São Bento e Amoreiras é possível contemplar o trabalho de várias gerações de artistas, de nacionalidades diversas. Destacamos nomes como Exas, Creyz, Rote, Eko e Mito, Time, Pariz, Youth, From de Cave, Mace ou o internacional Kenor. No Bairro Alto, destacam-se figuras de renome internacional como Dolk e Jef Aerosol, bem como artistas nacionais em ascensão, como Efeito Magenta ou o Colectivo Bitmap.

Para iniciar a sua experiência no Museu Efémero, sugerimos que visite o nosso site (www.museuefemero.com), onde poderá conhecer as obras e os artistas, efectuar o download do audioguia para o seu leitor de mp3 (disponível em português e inglês) e imprimir o mapa com os vários roteiros do Museu Efémero. Aproveite também para conhecer um pouco mais da marca Pampero, dinamizadora deste projecto.

O Museu Efémero não vai parar por aqui. Novas localizações, a nível nacional e internacional, estão já a ser pensadas. 

Chacho Puebla, Director Criativo Executivo da Leo Burnett, afirma: “O museu está mais vivo que nunca. Ampliar a estes novos espaços era umas das etapas que estavam planeadas quando criámos o museu. Estamos a tentar fazê-lo crescer, não apenas para novas cidades portuguesas, mas para a Europa e outras partes do mundo. É uma ideia muito poderosa e sem dúvida faz crescer a imagem da Pampero no mercado. É este o nosso verdadeiro objectivo.”

(mais informações em www.museuefemero.com)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Adeus Professor


O jogador de râguebi era eu. Eu que nunca gostei de râguebi, esse jogo de brutos. Nessa altura, lá pelo meio dos anos 80, eu era bruto – em sentido figurado, claro - mas não sabia. Hoje, provavelmente, já não sou tão bruto. E se não sou, devo-o a ele. Ele era aquele professor que no primeiro dia de aulas do 10º C entrou na sala e disse que estávamos todos passados. Ele era aquele professor que se vestia de maneira diferente, falava de maneira diferente, pensava de maneira diferente e agia de maneira diferente. O único Professor que tive. Ele que nem sequer era professor “a sério” - embora fosse mais sério como professor do que todos os outros professores que conheci -, era jornalista. Mas um excelente jornalista só pode ser um excelente professor.

O Érre da Ésse não marcava faltas. Não me lembro de ter faltado a uma única aula de jornalismo nos dois anos em que o Érre da Ésse foi o professor da disciplina na Dona Maria II. Com o Érre da Ésse aprendi a gostar de cinema, teatro, pintura e demais manifestações artísticas. Aprendi a gostar da vida. Acabei por trabalhar como jornalista.

No 11º ano, fizemos o jornal da escola. Só fizemos um número, o segundo ficou a meio. O Érre da Ésse olhou para a “criatura”, passou-lhe os olhos e foi directo ao assunto. “Está uma merda”. E estava.

Desse grupo de pessoas que conseguiram fazer o único número do “Utópico” saíram, pelo menos, quatro jornalistas. Daquela turma saiu, seguramente, gente muito mais gente que antes de ter conhecido o Érre da Ésse, mesmo que, eventualmente, tenha levado com um apagador na cabeça por estar a falar durante a aula.

Agora, o Érre da Ésse morreu. Quer dizer, não morreu bem, porque certas pessoas nunca morrem totalmente.

Sejam realistas, exijam o impossível. Foi o que ele disse na última aula, como bom soixante-huitard que era. O Érre da Ésse tinha barbas e óculos redondos. Nos últimos 20 anos não o vi assim muitas vezes. A última foi perto da redacção do “Correio da Manhã”. A ironia é que acabou por ser numa breve das últimas do “Correio da Manhã” que soube da sua morte.

Que a sua alma inquieta continue à solta por aí.


Para Rodrigues da Silva (1939-2009)